Na sequência das comemorações dos 25 anos de Ensino Superior
Universitário Policial, realizou-se no ISCPSI, no dia 5 de Novembro de
2010, um Jantar de Alunos e Ex-alunos. Momentos de convívio, de
confraternização e de recordação de velhas memórias marcaram o evento, o
qual contou com a presença dos alunos e ex-alunos provenientes de norte
a sul do País e Ilhas. O evento foi precedido de um pequeno, mas
simples e importante acto cerimonial, no qual se inauguraram 18 placas,
com as inscrições de 18 virtudes, distribuídas pelos 18 claustros que
rodeiam a parada do ISCPSI, símbolos e valores basilares da nossa
Instituição. A selecção das virtudes teve por base uma votação realizada
com a colaboração de todos os ex- alunos.
CAMARADAGEM – Ser Camarada é estabelecer laços
de amizade, de respeito, de verdade e de frontalidade inter-pares; é ser
mais para os outros do que para nós mesmos, em nada se confundindo com
cumplicidade. É o sacrifício colectivo que prevalece sobre o individual.
Na individualidade nada somos, mas em grupo a força concentra-se no
corpo e na união.
Quer no dia-a-dia, quer no ardor da luta, o querer
colectivo e o sentir-se mais do que si próprio é que conduz à vitória.
DISCIPLINA – Tal como Shri Ram Maharaj dizia,
“Só aquele que é disciplinado é discípulo”. É por tal que tomamos como
verdadeiro o facto de estarmos constantemente a aprender. A disciplina,
estará para todo o sempre no íntimo de um Oficial de Policia. É a
garantia do acatamento de ordens superiores, e do respeito pelos
subordinados, que nos devem reconhecer tal virtude. Como refere o
pensamento rabínico “Impor a disciplina a si mesmo é uma das grandes
vitórias do homem, contra si mesmo.”
DEDICAÇÃO – Enquanto virtude fundamental de
qualquer bom profissional, a dedicação é a qualidade de quem se dedica, a
vontade, o empenho, a entrega em determinada tarefa. Ser dedicado não é
ser mais do que os outros, nem se trata de um sacrifício. Trata-se de
dar o seu melhor; é o esforço dedicado a atingir um determinado fim.
Assim, a dedicação é uma base essencial, pois apenas quando a
prosseguimos tornamos possível o concretizar de uma vocação.
INTELIGÊNCIA – Pela sua etimologia, este termo
significa simplesmente a qualidade do que é inteligente. Intus + legere;
ler dentro ou escolher entre; discernir. O que penetrando dentro das
coisas, capta a sua intimidade ou essência. Daí o designar comummente
tanto a acção de compreender como a mesma capacidade de o fazer. Ser
inteligente é saber adaptar-se a novas situações.
JUSTIÇA – As bases de qualquer sociedade são
asseguradas por dois valores: o bem e o mal. Independentemente das
raízes culturais, crenças, convicções e das nacionalidades, haverá
sempre a luta entre estes dois valores. Justiça é a vontade permanente e
constante de dar a cada um o que é seu. É a realização do bem de cada
um e do bem de todos. Existimos para que a sociedade seja mais justa e
se esta for a nossa orientação todo o sacrifício valerá a pena.
ISENÇÃO – Esta é uma virtude essencial que deve
estar presente nos actos de qualquer pessoa de bem, de qualquer
comandante. É esta Virtude que dá legitimidade às nossas decisões, que
têm sempre como objectivo um bem maior, o bem comum, nunca o proveito
próprio. É a Isenção que nos leva a decidir sem tomar qualquer partido.
HUMANISMO – Virtude de maior importância para o
Oficial de Polícia, pois consiste em por no centro do seu interesse o
Homem, que é o primordial beneficiário da acção policial. Associa-se
também a outras características: Bondade, Sociabilidade e Compreensão.
FIRMEZA – Virtude inegável do Oficial da PSP e
que se encontra plasmada no seu Compromisso de Honra: “Ser Firme sem
violência (…)”. A Firmeza deve pautar a tomada de decisão e a conduta
condizente com a imagem e prestígio da Instituição. Ser firme é ser
coerente, objectivo, mas também ponderado e flexível.
CORAGEM – É a capacidade de superar o sentimento do medo, é a
ponte entre a cobardia e a temeridade. Supõe altruísmo e generosidade.
RESPONSABILIDADE – Winston Churchill disse que
"o preço da grandeza é a responsabilidade". O profundo significado de
tais palavras será sempre actual; será eterno. Uma pessoa responsável é
aquela que não procura evadir-se das suas obrigações encontrando
desculpas para as suas insuficiências ou erros.
SOLIDARIEDADE – É o efeito de uma coesão, de uma
interdependência, de um sentido de comunidade. É uma questão de lucidez e
de inteligência.
TOLERÂNCIA – Tolerar é condescender, é renunciar a uma parte do próprio.
PRUDÊNCIA – A prudência reflecte-se na capacidade de conseguir
optar sempre pelo melhor caminho a seguir, as melhores decisões a
adoptar, mesmo que, por vezes, tomadas em circunstâncias de grande
perigosidade e stress. Esta virtude espelha-se na forma como se ajuízam
as situações, optando sempre por uma posição mais segura e correcta.
Ainda que possa ser confundida com cobardia, não o é. Agir com prudência
é a prova máxima da sabedoria prática e da competência.
HUMILDADE – Ser humilde é sinónimo de sabedoria.
A pessoa humilde é, naturalmente, reconhecida por todos quantos a
rodeiam, ao contrário do orgulhoso que dificilmente conseguirá manter
muitos e duradouros amigos. Ser humilde é ter muito e agir como se nada
se tivesse; é ter de aparecer preferindo ocultar-se; é ser aplaudido
pedindo que, ao invés, se aplaudam os outros; é apresentar-se sempre
pronto a cumprir o seu dever.
PERSEVERANÇA – Napoleão Bonaparte afirmou que “a
vitória pertence ao mais perseverante”. Trata-se de firmeza ou
constância num sentimento, numa resolução, num trabalho, apesar das
dificuldades e dos incómodos. É a virtude que contribui para o êxito na
vida humana. A perseverança é necessária e indispensável quando
sofremos, quando tendemos a desanimar, quando nos sentimos atraídos
pelas seduções do mundo, quando somos perseguidos. Ela tem que ser a
nossa aliada em todos os momentos da vida. A perseverança fortalece o
íntimo da pessoa, promove um carácter desilusão. Como referiu Helena
Blavatsky, “Grandes trabalhos não necessitam de grande força, mas de
perseverança”
HONRADEZ – O adjectivo honradez é atribuído a
qualquer pessoa que defenda a honestidade, a integridade de carácter e o
brio, quer pessoal, quer profissional. Ter honradez, isto é, ser
honrado, significa reflectir a verdade, o respeito pelo outro, a
justiça, a dignidade, a rectidão, o respeito e a seriedade.
HONESTIDADE – É a integridade moral. Implica
isenção absoluta e respeito pelas regras da justiça e da moral. O
Oficial de Polícia deve ser honesto, não porque lho imponha a sociedade
ou a hierarquia, mas porque a sua consciência lho exige. Procedendo
honestamente, consegue corresponder à confiança que a sociedade em si
deposita.
LEALDADE – A lealdade no Oficial de Polícia não é obediência cega
e absoluta. Acima de tudo deve representar a sinceridade, correcção e
dedicação decorrentes da missão policial. Trata-se pois de um requisito
essencial no cumprimento do dever, mas que apesar de individual promove a
união do colectivo. Ser leal implica ser verdadeiro não só com os
outros, mas consigo próprio…»